Violências e
acidentes se esculpem como um novo perfil de morbidade e mortalidade na
população mundial. No Brasil, tais causalidades passaram a traduzir o quadro de
transição epidemiológica, onde as doenças infecciosas cediam seu espaço para as
doenças crônicas e agravos externos.
As causas
externas passaram ao longo do tempo, a se configurar como grande desafio para
os serviços de saúde e políticas de enfrentamento do país, com forte
determinante social.
Essa mutação
se deve em parte as desmedidas diferenças e desigualdades entre os grupos
sociais. De originalidade latina, a violência se traduz na força e no ponto de
vista do constrangimento e de uso da superioridade física imposta ao outro.
A violência
advém de conflitos de poder, da imposição de autoridade, da necessidade nata ao
domínio, da posse e da anulação de outrem e de seus bens. Definir o termo
violência é árduo por ser a mesma algo da fenomenologia do vivido, em que suas
manifestações geram e advém de acentuadas cargas emocionais experenciadas por
aqueles que cometem, sofre e presencia o ato.
O problema se
avoluma em meio social com repercussões não só da saúde individual como também
coletiva. Lesões, traumas e óbitos gerados por acidentes e violência repercutem
em altos custos sociais e emocionais, como também a expressivos prejuízos
econômicos, com lacunas nas atividades laborais, a partir de consequências
mentais, emocionais provocados nas vítimas e eixo familiar com anos potenciais
de vida perdidos.
Acidentes e
violência afetam fortemente o serviço de saúde, com gastos préhospitalares, de
emergência, assistência e reabilitação. Pelo seu caráter fenomenológico
sócio-histórico ele não é em si uma questão de saúde pública, mas um fator que
afeta fortemente a saúde exigindo uma readequação da organização do serviço,
com inserção de novas demandas de foco preventivo e curativo.
A problemática
em tela pontua a necessidade de atuações direcionadas com foco
interdisciplinar, intersetorial, multiprofissional, pois pelo número alargado
de vítimas e sequelas, os acidentes e violência adquiriram um caráter endêmico
no país e no mundo.
Contudo, vale
ressaltar que a magnitude dos fenômenos que impetram a violência e acidentes é
de necessário conhecimento, como também dos seus sentidos, como quesito para
formulação, e reformulação de programas de promoção e de prevenção.
Nesse livro,
são abordados um corolário da violência e acidentes, com apresentações
diversificadas da problemática, traduzindo o efeito em linha temporal, da
distribuição do fenômeno, evidenciando perfis e características possivelmente
preditoras e explicativas, capazes de promover um maior entendimento da
realidade e da manifestação dos fatos, que fazem os acidentes e violências hoje
responsáveis pelo incremento na morbidade e mortalidade da população em várias
localidades geográficas.
Desejamos a
todos uma excelente leitura.
Inspiração
textual: Maria Cecília de Souza Minayo
Profª Drª
Greiciane da Silva Rocha
Prof. Dr.
Creso Machado Lopes
Greiciane da Silva Rocha
Creso Machado Lopes